quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Este é um post com tendências lamechas, auto-elogiosas e nostálgicaspor isso quem quiser pode fugir já.

1 Ano.

Há um ano tinha percebido que o segundo mestrado que estava a tirar não me estava a fazer aprender grande coisa e era boa ideia fazer alguma coisa útil além de dar explicações a um puto parvo que não queria aprender.

Há um ano estava cheia de sentimentos de pena por já não haver mais tempos de faculdade daqueles bons. Daqueles em que passávamos tarde a jogar cartas. Daqueles que nos empanturrávamos de M&Ms amarelos “para ajudar a passar”. Daqueles que íamos para o Utwo estudar (e lanchar e experimentar todos os chás da lista). Daqueles em que fazíamos reuniões de início de semestre só para decidir qual o melhor horário para os quatro, que combinasse os melhores professores e nos permitisse ir o menor número de dias possíveis à faculdade. Daqueles em que fazíamos noitadas a fazer trabalhos e que dizíamos um número de parvoíces estupidamente genial.

Há um ano decidi por mãos à obra e procurar alguma coisa para fazer. Acabei por ter duas propostas na mesa e apostei na que conhecia pior.

Há precisamente um ano entrei para o grupo das pessoas que dão dinheiro ao Estado no final do mês.

De há um ano para cá, mudou tanta coisa!

A aposta no local foi claramente ganha. Ok, não tenho termo de comparação com a outra, mas não me parece que pudesse ser pior. Tenho boas condições de trabalho exceptuando o facto de em pleno Inverno parecer que trabalho nos trópicos e de ter a certeza que a senhora da limpeza me insulta diariamente com o caos que vai geralmente na minha secretária. Tenho um ambiente de trabalho muito bom e exceptuando uma pequenina meia dúzia a de indivíduos a tender para o parvo com quem às vezes tenho que trabalhar. Aprendi muito, conheci realidades diferentes, perdida alguns medos (mas ainda restam muitos!) e sem dúvida cresci. Não é tudo bom claro. Se pudesse, mudava isto tudo para ficar “a uns 5 minutos lá de casa”, impedia os clientes de encontrarem problemas nas férias, e teria um horário de 6horas por dia (não custa sonhar!). Mas é bom para o que quero agora. E é bom olhar para trás e achar que valeu a pena e que fiz um bom trabalho. Um bom trabalho no trabalho, um bom trabalho a gerir o tempo limitado, um bom trabalho a acabar a parte lectiva do raio do mestrado, um bom trabalho a conseguir ir estando com os que gosto, um bom trabalho a poupar-uns-trocos-sem-deixar-de-fazer-e-comprar-coisas-que-gosto.

Se tenho saudades dos outros tempos? Tenho, muitas! Mas no dia que sair daqui vou, com certeza, sentir saudades destas pessoas, deste sítio e das rotinas que fomos criando. E isso é bom.

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