Os Deolinda são e não são

Os Deolinda são o grupo do ser e não ser. Cantam o fado sem a guitarra portuguesa. Cantam um fado para dançar. Canta musica muito portuguesa. Tem cheirinho a Zeca Afonso, a Sérgio Godinho e a Variações. E a samba e jazz e pop. E têm um contra-baixo que me faz derreter quando o oiço.

Os Deolinda são o grupo do ser e não ser. São o grupo do gosto e não gosto. Conseguem juntar num mesmo album músicas como "Clandestino" e "Fon Fon Fon". Têm um clip com havaianas. Têm uma vocalista caricata com um vozeirão.

Os Deolinda são o grupo do ser e não ser. Agradam a que eu penso que ia odiar. E põe dúvidas a quem eu achava que ia amar. Dão concertos em que não se percebe se deviamos estar de pé ou sentados (para mim, a melhor opção seria sentada no chão à chinês). Cantam temas simples que me fazem sorrir a cada verso. Assim, mais ou menos como "A Cinderela" do Carlos Paião sempre conseguiu fazer.

Os Deolinda são o grupo do ser. Cantam música portuguesa que eu adoro. Esgotam a Casa da Música. Pensam em pequeninos pormenores. Põe naprons em cima em cima das colunas. Contam histórias entre e em cada música. São tão, mas tão simpáticos... Uma coisa, tenho a certeza: é impossível não amar um concerto ao vivo deles.

Por tudo isto, hoje não há fotos deles, nem bocadinhos do espectáculo. Tudo isso só tem verdadeiro impacto se presenciado.

Beijinho*

P.S. A saga dos concertos não acabou! Já tenho bilhete para os Stomp =)