segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Os livros de Agosto*





Cem Anos de Solidão, Gabriel García Márquez - Quando comprei o livro e reparei no destaque da capa para a árvore genealógica incluída nesta edição achei engraçado. Afinal "porque é que uma história havia de precisar de uma árvore?" Na terceira geração de Buendía comecei a perceber. A partir da quinta, tornou-se indispensável para perceber a história de sete gerações de uma família, em que a maioria se chama Arcádio ou Aureliano.  A ideia que tinha do livro quando comecei a ler baseava-se exclusivamente no título e confesso que imaginava uma história de um amor separado por tanto tempo que pareceriam cem anos. Redondamente enganada.  Ao longo do livro acompanhamos a evolução da família e da cidade fundada pela primeira geração. Temos milagres, loucuras, tragédias, traições, descobertas e condenações familiares. Vemo-nos num mundo em que não havia gelo, não havia comboio, não havia armas, não havia cinema. Acompanhamos as descobertas de todas as coisas novas. As personagens são fortes e as descrições e imagens (mesmo as fantasiosas) muito boas.

A Casa Quieta, Rodrigo Guedes de Carvalho - Um bocadinho arrepiante. Muito bom. Capítulo preferido: as duas faces da moeda.

1984, George Orwell - Em jeitos de profecia aterrorizadora, Orwell apresenta um mundo uniforme, em que o poder político controla todo e qualquer cidadão, em que não há formas diferentes de pensar, ser ou estar, a não ser os definidos pelo Partido. Incrivelmente bem justificado e descrito, com uma jeito especial para me deixar paranóica. O final, desiludiu-me um bocadinho.

Caim, José Saramago - O meu primeiro Saramago. Longe de o achar fabuloso, é um retrato dos maus exemplos de uma bíblia literal enquanto apresenta um Senhor cujas acções são contínuos actos de amor pelo Homem. É engraçado e leve. A acção anda sempre demasiado rápido e com pouca ligação. Nada que leve a causar a polémica que causou (por quem nem o deve ter sequer lido).  É uma interpretação literal e todo o insulto proferido é justificada no contexto do livro. 

Budapeste, Chico Buarque - Um escritor perdido entre dois mundos. Uma obsessão pelo húngaro. Alguma confusão. Não agarrou.  

*apresentados por ordem de preferência

4 sentidos:

rosa_chiclet disse...

Ainda só li o primeiro e gostei muito, se gostaste desse aconselho a ler o amor nos tempo de cólera, para mim é o melhor do Gabriel García Márquez.

Vera disse...

Olá X. Esse também está na minha lista. :) Obrigada.

Lila* disse...

Eu já li os dois, e também gostei muito mais do amor em tempos de cólera;) E já li um do Rodrigo Guedes de Carvalho que adorei, apesar de ser muito pesado, fiquei rendida à escrita dele.

Lila* disse...

Eu já li os dois, e também gostei muito mais do amor em tempos de cólera;) E já li um do Rodrigo Guedes de Carvalho que adorei, apesar de ser muito pesado, fiquei rendida à escrita dele.